domingo, 20 de junho de 2010

Diáio de Orion: A Filosofia da Dualidade

Para podermos compreender a fundo as lendas de Auriana é necessário fazer um estudo mais minucioso da natureza divina. Com isso, seremos capazes de entender suas motivações e princípios e, consequentemente, ter uma visão mais abrangente do destino desse mundo.

[Adicionar quebra]




A princípio, é importante ressaltar que este universo é baseado numa lei de equilíbrio e conservação. Isso significa que nada pode ser concebido do nada ou obliterado da existência, mas sim transformado, e todas as forças capazes de realizá-lo são balanceadas qualitativamente entre si.

A partir disso fica claro que nossa Grande Mãe não está sozinha. Nesse contexto temos Ôminus, que, enquanto Solaris é intuitivamente designada a iluminar, criar e construir, ele é baseado no princípio de transformar tudo de volta ao estado elementar de onde foi concebido. Ele é a sombra, ele absorve a luz, a matéria e a energia e os reduz ao essencial, dando continuidade ao ciclo.

Apesar de seu papel fundamental na manutenção do universo, ele é tido como um “inimigo dos deuses da Luz”. Obviamente, após suas tentativas de subjugar os Criadores para assumir o controle de tudo e ser banido para um nível existencial inferior, como contado em outras lendas, não é de se surpreender a ausência de qualquer menção honrosa ao seu respeito. Ele sequer é mencionado na Lenda da Criação.

Mas Ele, O Obscuro, deveria ser mencionado na iluminada Lenda da Criação?
Certamente. Em primeiro lugar, Solaris e Ominus fazem parte da mesma existência. Isso não é nenhum absurdo! O universo é um equilíbrio balanceado, de forma que, Luz e Sombra, Criação e Destruição, são dois lados de uma mesma moeda. Um jamais poderia viver sem o outro, seria o colapso de tudo.


Pois então, Ominus participou da criação como um agente da destruição?
De certa forma! Os oito criadores de Auriana são seres duais. Assim como possuem o caráter criador de Solaris, seus poderes também podem ser usados para destruir. Não que Ele seja “O Pai dos Criadores”, mas, na verdade, sua contribuição foi meramente devido à questão do equilíbrio fundamental entre os aspectos da existência. Portanto, dentro de cada um dos oito criadores existem dois seres coexistindo, o Criador e o Destruidor. Clamar por um ou por outro cabe aos mortais.


Nota-se que em momento algum é usada a terminologia “Bom e Mal”. Esses aspectos são exclusivamente relativos. Criar e Destruir são as forças fundamentais que regem o sistema. Ser bom ou mal vai depender apenas da forma como são usadas.
Então existe uma unidade existencial que é dividida em dois, Solaris e Ominus, mas continuam sendo uma unidade, assim como cada um dos Oito Criadores, o que na verdade equivale a dezesseis entidades? Que confuso!

É mais simples do que parece! Tentar avaliar a natureza divina em termos quantitativos é complicado. Nesse contexto é necessário reduzir-se a algo mais simples, embora equivalente. É irônico, mas compreender a grandiosidade dos deuses começa na auto-compreensão.
Todos os reles mortais passam por confrontos morais internos em suas vidas. Ser obrigado a escolher entre o vantajoso e o solidário, fácil e difícil, orgulho e perdão, dentre outros. Como a mente se comporta num momento desses? É como se houvessem vários indivíduos ali dentro, todos expondo seus diferentes pontos de vista, discutindo entre si para, no fim, um deles se sobressair como a decisão final. Na verdade, todos são um único indivíduo, separados dentro daquela mente por um breve instante.

Os próprios mortais, dentro de suas mentes, são verdadeiros deuses! E são capazes de criar mundos, destruir, se multiplicar em dez ou cem, discutir consigo mesmo e no fim voltar à unidade, assim como Solaris, Ominus e os Criadores.

A grande diferença está no fato de que os mortais são seres inferiores. Tudo o que é criado na mente está limitada somente a ela. Talvez um dia evoluiremos suficientemente para podermos transmitir nossos pensamentos entre nós, de forma que os “mundos internos” de cada indivíduo poderão interagir, ou mundos novos poderão ser criados em conjunto, assim como Os Oito um dia fizeram.

Se sua natureza divina os permite faze-lo a nível existencial enquanto nós podemos a nível exclusivamente mental e individual, o que garante que tudo o que existe não seja fruto de um grande ser superior? Nada impede que a matéria, a energia, os mortais, os Espíritos, os outros deuses e os Criadores não sejam todos frutos da Dualidade Solaris – Ominus da mente de outro ser! Mas isso seria uma abstração absurdamente mais longínqua do que o necessário. Melhor parar por aqui uma vez que o centro da questão já foi resolvido.

A tentativa de compreensão dos motivos dos deuses um dia foi considerado um tabu. Era como se a natureza divina fosse incontestável e, por isso, não haveria necessidade de compreensão, apenas aceitação. Por sorte, tal conceito errôneo e ignorante foi deixado no passado e hoje podemos avaliar as circunstancias e, por mais irônico que pareça, somos deuses dentro dos nossos prórpios universos, vivendo como mortais dentro de um grande universo de outros deuses e, no fim das contas, parece que toda a existência é um grande fractal divino!

O mais engraçado é que é capaz de universo do tal idealizador da Dualidade Solaris - Ominus, os seres estarem ponderando a mesma coisa!

por Orion Emeraldin Oldengore

1 Comentário:

Isa disse...

muito bom! *_____* adorei!

Postar um comentário

  ©A Liga das Pessoas Boas - Todos os direitos reservados.

Template by Dicas Blogger | Topo